O gerencialismo na escola: desafios à discricionariedade docente

Autores

  • Tereza Guimarães Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - Unirio
  • Pamela Mota Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
  • Rosângela Félix Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - Unirio
  • Amanda Borde

DOI:

https://doi.org/10.53660/CLM-211-223

Palavras-chave:

Gerencialismo, Discricionariedade Docente, Burocracia de Nível de Rua

Resumo

Por ocasião da 40ª Reunião Nacional da ANPEd (2021), propusemos uma discussão acerca da influência do gerencialismo na discricionariedade docente e, a partir de tal estudo, ampliamos a discussão que ora se configura, objetivando discutir as relações entre o gerencialismo e o espaço discricionário docente. O cenário político que atravessa nossa discussão é a crise do capitalismo dos últimos anos do século XX, culminando na implementação de um modelo de administração pública gerencial, a partir de 1995, na tentativa de substituição à administração burocrática. Nossa discussão evidencia o gerencialismo na educação, relacionando-o ao espaço discricionário do professor, frente aos imperativos da Nova Gestão Pública (NGP). Para isso, utilizamos a revisão da literatura e encontramos na teoria de Lispky (1980) - Street-level Bureaucracy – o alicerce para o debate sobre o professor como burocrata de nível de rua. Concluímos que a discricionariedade docente encontra seus espaços ainda que em meio a panorama de aumento da regulamentação e as restrições à sua prática.

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Publicado

2022-05-07

Como Citar

Guimarães, T., Mota, P., Félix, R., & Borde, A. (2022). O gerencialismo na escola: desafios à discricionariedade docente. Concilium, 22(3), 273–284. https://doi.org/10.53660/CLM-211-223

Edição

Seção

Artigos