Como lidar com a morte e o luto? Abordagens psicológicas, teorias, técnicas, instrumentos e/ou intervenções
DOI:
https://doi.org/10.53660/CLM-101-121Palavras-chave:
Luto, Atitude Frente a Morte, Psicologia, Práticas Interdisciplinares, EmpatiaResumo
Objetivou-se analisar a abordagem psicológica, teoria, técnica, instrumento e/ou intervenção para auxiliar no lidar com a morte e o luto. Para tanto, o estudo tratou-se de uma revisão integrativa de literatura. O levantamento bibliográfico foi realizado na internet, na Scientific Electronic Library Online e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde. Para busca do material foi utilizada a seguinte combinação entre os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): << luto OR morte AND psicoterapia >>. A partir dos critérios de elegibilidade, selecionaram-se para a amostra 15 documentos, os quais foram considerados potenciais. Os resultados evidenciaram que as produções foram publicadas entre 2003 a 2021, eram estudos de caso e com o perfil da amostra variável. Quanto à abordagem psicológica, destacaram-se a Psicanálise (Sigmund Freud) e a Terapia Cognitivo-Comportamental (Aaron Beck), ambas com 20,0% (n=3). A teoria base majoritária foi o Protocolo Cognitivo-Comportamental com 26,7% (n=4) e quanto à técnica, o protocolo de atendimento para luto e as estratégias lúdicas foram as mais aplicadas (13,3%; n=2, cada), no mais, as entrevistas foi instrumento mais citado (33,3%; n=5). Concluiu-se que os profissionais da área de Psicologia têm buscado inúmeras abordagens psicológicas, teorias, técnicas, instrumentos e/ou intervenções para auxiliar os enlutados, portanto, esta revisão é útil para auxiliar na atuação de psicólogos e outros profissionais da área da saúde, a qual exige ações complexas e permanentes, como abordagem holística e integral, escuta qualificada, empatia e atuação interdisciplinar.
Downloads
Referências
AQUINO, T. A. A; VASCONCELOS, S. X. P.; BRAGA, D. O. L. Correlatos existenciais da aceitabilidade da morte: Um estudo à luz do sentido na vida. Psicol. argum, p. 161-174, 2014.
BASSO, L. A; WAINER, R. Luto e perdas repentinas: contribuições da Terapia Cognitivo-Comportamental. Revista Brasileira de Terapias Cognitivas, v. 7, n. 1, p. 35-43, 2011.
BORTZ, A. P.; MALKINSON, R.; KRULIK, T. Bereaved Jewish Mothers of Children Who Died of Cancer. Cancer Nursing, v. 36, n. 5, E1-E8, 2013.
CARDOSO, D. H. et al. Hospice care in a hospital setting: the experience of a multidisciplinary team. Texto contexto-enferm., v. 22, n. 4, p. 1134-41, 2013.
CHAN, H. Y. L.; LEE, L. H.; CHAN, C. W. H. The perceptions and experiences of nurses and bereaved families towards bereavement care in an oncology unit. Supportive care in cancer, v. 21, n. 6, p. 1551-1556, 2013.
CORRÊA, D. A. Do luto ao sentido: aportes da logoterapia no espaço psicoterapêutico. Psicologia: teoria e prática, v. 14, n. 3, p. 180-188, 2012.
COSTA, D. H.; NJAINE, K.; SOUZA, E. R. Apoio institucional a famílias de vítimas de homicídio: análise das concepções de profissionais da saúde e assistência social. Trabalho, Educação e Saúde, v. 18, n. 3, e00282114, 2020.
COSTA, M.; MOTA, C. P.; MILHEIRO, C. Angústia de uma perda-caso Maria: uma abordagem terapêutica. Psicologia Clínica, v. 25, p. 197-213, 2013.
CRAVINHO, C. R. M.; CUNHA, A. C. B. Enfrentamento da morte fetal pela enfermagem na abordagem disposicional e na Teoria Motivacional do Coping. Estudos de Psicologia (Campinas), v. 32, p. 307-317, 2015.
DANTAS, M. M. M. Amiotrofia Muscular Espinal, terminalidade e desligamento do programa de equoterapia: reflexão sobre o rompimento de vínculos. Psicologia Argumento, v. 34, n. 86, p. 256-272, 2016.
ELIAS, A. C. A. Re-significação da dor simbólica da morte: relaxamento mental, imagens mentais e espiritualidade. Psicologia: Ciência e Profissão, v. 23, n. 1, p. 92-97, 2003.
FARIA, S. S.; FIGUEREIDO, J. S. Aspectos emocionais do luto e da morte em profissionais da equipe de saúde no contexto hospitalar. Psicol. hosp. (São Paulo), v. 15, n. 1, p. 44-66, 2017.
FERREIRA, E. B.; SOUSA, M. N. A. de. Eutanásia: percepção de graduandos em enfermagem. Ciência & Desenvolvimento-Revista Eletrônica da FAINOR, v. 6, n. 2, p. 201-228, 2013.
FERREIRA, J. M. G.; NASCIMENTO, J. L.; SÁ, F. C. Profissionais de saúde: um ponto de vista sobre a morte e a distanásia. Revista Brasileira de Educação Médica, v. 42, p. 87-96, 2018.
FRANKL, V. E. Em busca de sentido: um psicólogo no campo de concentração. São Leopoldo: Editora Sinodal, 2013.
FUKUMITSU, K. O. O psicoterapeuta diante do comportamento suicida. Psicologia USP, v. 25, p. 270-275, 2014.
FUKUMITSU, K. O.; KOVÁCS, M. J. Especificidades sobre processo de luto frente ao suicídio. Psico, v. 47, n. 1, p. 3-12, 2016.
GERRISH, N. J.; BAILEY, S. Maternal grief: a qualitative investigation of mothers’ responses to the death of a child from cancer. OMEGA-Journal of Death and Dying, v. 81, n. 2, p. 197-241, 2020.
HAWTHORNE, D. M.; YOUNGBLUT, J. M.; BROOTEN, D. Parent spirituality, grief, and mental health at 1 and 3 months after their infant's/child's death in an intensive care unit. Journal of pediatric nursing, v. 31, n. 1, p. 73-80, 2016.
HERMONT, A. P. et al. Revisões integrativas em Odontologia: conceitos, planejamento e execução. Arquivos em Odontologia, v. 57, p. 3-7, 2021.
KOVÁCS, M. J. Educação para a morte. Psicologia: ciência e profissão, v. 25, p. 484-497, 2005.
LACERDA, C. A. et al. O lidar com a morte em unidade de terapia intensiva: dificuldades relatadas por enfermeiros. Revista Ciência & Desenvolvimento, v. 9, p.173-184, 2016.
LIMA, M. J. V.; ANDRADE, N. M. A atuação do profissional de saúde residente em contato com a morte e o morrer. Saúde e Sociedade, v. 26, p. 958-972, 2017.
MEISENHELDER, J. B. Maternal grief: analysis and therapeutic recommendations. BMJ Supportive & Palliative Care, v. 11, n. 1, p. 101-106, 2021.
MENDES, G. C. et al. O Impacto da Morte em Profissionais da Saúde em Contexto Hospitalar. Revista PsicoFAE: Pluralidades em Saúde Mental, v. 9, n. 2, p. 58-66, 2020.
MICHEL, L. H. F.; FREITAS, J. L. A clínica do luto e seus critérios diagnósticos: possíveis contribuições de Tatossian. Psicologia USP, v. 30, p. 1-9, 2019.
MICHEL, L. H. F.; FREITAS, J. L. Psicoterapia e luto: a vivência de mães enlutadas. Psicologia: Ciência e Profissão, v. 41, 2021.
MOCELIN, D. et al. Processos psicológicos dos profissionais da saúde perante a morte de um paciente. VITTALLE-Revista de Ciências da Saúde, v. 26, n. 1, p. 11-20, 2014.
MOREIRA, N.; HOLANDA, A. Logoterapia e o sentido do sofrimento: convergências nas dimensões espiritual e religiosa. Psico-USF, v. 15, p. 345-356, 2010.
OISHI, K. L. O jardim de Julia: a vivência de uma mãe durante o luto. Psicologia: teoria e pesquisa, v. 30, p. 5-11, 2014.
PEREIRA, L. T. V. et al. Expectativas e sentimentos de familiares cuidadores de crianças com necessidades especiais que realizam equoterapia. Revista de Ciências Médicas e Biológicas, v.18, n. 2, p. 217-223, 2018.
RODRÍGUEZ, R. G. et al. Develando el significado del proceso de duelo em enfermeras(os) pediátricas(os) que se enfrentan a la muerte de un paciente a causa del cáncer. Aquichan, v. 13, n. 1, p. 81-91, 2013.
SALUM, M. E. G. et al. Processo de morte e morrer: desafios no cuidado de enfermagem ao paciente e família. Rev Rene, v. 18, n. 4, p. 528-535, 2017.
SCHMIDT, B.; GABARRA, L. M.; GONÇALVES, J. R. Intervenção psicológica em terminalidade e morte: relato de experiência. Paidéia (Ribeirão Preto), v. 21, p. 423-430, 2011.
SILVA, A. C. O.; NARDI, A. E. Terapia cognitivista-comportamental para perda gestacional: resultados da utilização de um protocolo terapêutico para luto. Archives of Clinical Psychiatry (São Paulo), v. 38, p. 122-124, 2011a.
SILVA, A. C. O.; NARDI, A. E. Terapia cognitivo-comportamental para luto pela morte súbita de cônjuge. Archives of Clinical Psychiatry (São Paulo), v. 38, p. 213-215, 2011b.
SILVA, S.; CARNEIRO, M. I. P.; ZANDONADI, A. C. O luto patológico e a atuação do psicólogo sob o enfoque da psicoterapia dinâmica breve. Revista Farol, v. 3, n. 3, p. 142-157, 2017.
SOUSA, M. N. A. de. Revisão integrativa da literatura: esclarecendo o método. In: SOUSA, M. N. A. de; SANTOS, E. V. L. Medicina e pesquisa: um elo possível. 1. ed. Curitiba: Editora Prismas, 2016, v.1, p. 345-358.
STRAUCH, V. R. F. Ressignificação da morte na abordagem psicodramática: perdas e ganhos no luto. Rev. bras. psicodrama, São Paulo, v. 25, n. 1, p. 59-67, 2017.
SUÁREZ, L. A. B.; CALDAS, M. T.; SOUSA, M. N. A. Elos da Psicologia: logoterapia e tanatologia. SOUSA, M. N. A. et al. (Orgs). 1. ed. Curitiba: Appris, 2018. p. Saúde e bioética em foco: coletânea de artigos multitemáticos. SOUSA, M. N. A. et al. 1 ed. Curitiba: Appris, 2018. p. 375-384.
SUÁREZ, L. A. B.; SOUSA, M. N. A.; CALDAS, M. T. Entre flores e sepultura: a maternidade e o processo de perda de um filho. Revista Brasileira de Educação e Saúde, v. 10, p. 23-30, 2020.
TSUTSUMI, M. M. A. et al. Terapia Comportamental Infantil na relação mãe e filho ante o luto materno-um relato de caso. Revista Brasileira de Psicoterapia, v. 19, n. 3, p. 53-62, 2017.
