Revisão integrativa: critérios para introdução da alimentação via oral em lactentes pós extubação

Autores

DOI:

https://doi.org/10.53660/CLM-508-585

Palavras-chave:

Deglutição, Transtornos de deglutição, Intubação, Unidade de Terapia Intensiva, Lactente

Resumo

Lactentes que necessitam de intubação prolongada podem apresentar disfagia com risco de complicações ao quadro clínico. Não há consenso pediátrico ou protocolos validados para o melhor momento de reintroduzir a alimentação via oral. Tendo em vista a importância deste fator para o desfecho favorável destes pacientes, observou-se a necessidade de uma revisão integrativa em que poderá auxiliar as equipes nas decisões e condutas, oferecendo maior segurança e qualidade no cuidado. Este estudo tem como objetivo revisar na literatura quais são os critérios utilizados para reintrodução da alimentação via oral em lactentes após intubação traqueal. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, a estratégia de busca em bases de dados com uso de descritores na língua portuguesa, inglesa e espanhola, e combinação de operadores booleanos AND e OR. Na busca foram localizados setenta e um estudos e nas etapas de seleção aplicando critérios de inclusão e exclusão, resultaram em 11 artigos para análise. Os resultados desta pesquisa subsidiarão equipes nas unidades de terapia intensiva pediátricas nas tomadas de decisões para reintrodução da alimentação via oral em lactentes pós extubação com maior segurança.

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Biografia do Autor

Karen de Oliveira dos Passos, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre

Graduou-se no curso de Fonoaudiologia pela Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) em 2012. Concluiu em 2016 a Residência Multiprofissional com ênfase em Intensivismo na Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre/UFCSPA, desenvolvendo trabalho em Unidades de Tratamento Intensivo Adulto, Pediátrica e Neonatal, bem como na área de Audiologia na Triagem Auditiva Neonatal e em audiometria clínica. Especialista em Disfagia pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia. Atualmente é Fonoaudióloga no Hospital Universitário de Canoas atuando na área de Disfagia nas Unidades de Terapia Intensiva e enfermarias Pediátrica e Adulto, também preceptora na Residência Multiprofissional em Saúde da Universidade Luterana do Brasil na área de concentração: Hospitalar - Saúde do Adulto e Idoso desde 2016. Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Ensino na Saúde - Mestrado Profissional UFCSPA com conclusão em 2021.

Andrea Wander Bonamigo, UNIVERSIDADE FEDERAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE PORTO ALEGRE

Fonoaudióloga, graduada em Fonoaudiologia pela Universidade Federal de Santa Maria (1986) e em Letras Português Inglês pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras Imaculada da Conceição (1985). Doutora em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo (2001) e Mestre em Distúrbios da Comunicação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1991). Atua como professora na Universidade Federal de Ciências da Saude de Porto Alegre (UFCSPA), nos cursos de Fonoaudiologia e Gestão em Saúde, áreas de atuação Saude Coletiva, Fonoaudiologia, Ensino na Saúde, Gestão e Planejamento em Saúde. Está vinculada aos Grupos de Pesquisa CNPQ UFCSPA Estudos em Fonoaudiologia: avaliação, promoção e reabilitação da comunicação humana; Enfrentamento à Violência (Área Medicina) e Empreenderorismo, Inovação e Gestão em Saúde (Área Administração). Foi coordenadora do Curso de Fonoaudiologia da UFCSPA de 2013 a dez 2016. Desenvolveu atividades de Tutora do PET-Saúde no período de 2010 a 2012, Tutora do PET-Saúde/Vigilância da Saúde de 2013 a 2014 e Tutora do PET/Interprofissionalidade a partir de 2018. É docente permanente do Programa de Mestrado Profissional Ensino na Saúde (PPGENSAU) da UFCSPA inserida na área Integração Ensino e Serviços de Saúde na Formação Profissional e linha de pesquisa Integração Universidade, Serviço de Saúde e Comunidade. Exerceu a atividade de Supervisora Técnica de Saúde da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo. Tem experiência em Gestão e Planejamento em Saúde Pública, atuando nos temas: organização, avaliação e monitoramento de serviços de saúde de atenção primária de saúde e ambulatorial, vigilância em saude, controle e monitoramento dos sistemas de informação da saude, políticas públicas, construção de redes/linhas de cuidado, ações de educação em saúde e educação permanente de profissionais de saúde e de educação e controle social.

Simone Travi Canabarro, UNIVERSIDADE FEDERAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE PORTO ALEGRE

Enfermeira, Mestre em enfermagem, Doutora em Saúde da Criança. Exerceu docência e gestão na área da saúde. Foi Coordenadora do Programa de Residência Multiprofissional-PREMUS pela PUCRS com sete áreas de ênfase, Trabalhou concomitante na implantação do índice de intervenção terapêutica(TISS-28) no HSL-PUCRS, após este período foi coordenadora na criação do GT da Residência Multiprofissional de Intensivismo da UFCSPA/ ISCMPA, após implantado o programa foi a primeira presidente da COREMU, estabelecendo diálogos e trabalho em rede entre cinco UTIS. Docente da área pediátrica em diversos hospitais, comunidades infantis e com o foco em atividades com escolares acredita no trabalho de rede e na importância da pesquisa qualitativa que proporciona ações baseadas em vivências reais. Transita em diversas abordagens metodológicas para gerar produtos aplicáveis as diferentes realidades.
Exerceu também a coordenação do Curso de enfermagem da UFCSPA, ano em que a equipe da UFCPSA obteve a primeira nota máxima no ENADE. A experiência da Pós Graduação do Mestrado Profissional de Ensino na Saúde da UFCSPA pelo período de 2020-21 foi desafiadora e de grande aprendizado pela imposição das novas tecnologias.
Atua atualmente como docente de Graduação e de Pós graduação, é Tutora da Residência do Câncer Infantil da ISCMPA- UFCSPA.
Acreditando no trabalho de equipe e em Educação Permanente visualiza sempre a essência na relação humana. Em relação à promoção da Saúde destaca os temas relacionados à Infância, Doenças Crônicas e de Gestão de Processos de Trabalho em Saúde. Além disso, em 2020 foi acreditada pela Associação Internacional de Infant Massage como Instrutora Técnica. Com doutorado concluído desde 2009 mantém estudos recentes em cuidados de UTIP e em Atenção Primária com crianças e suas famílias, prevenção de traumas e suas vulnerabilidades e processos de trabalhos.

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Publicado

2022-09-12

Como Citar

de Oliveira dos Passos, K., Wander Bonamigo, A., & Travi Canabarro, S. (2022). Revisão integrativa: critérios para introdução da alimentação via oral em lactentes pós extubação. Concilium, 22(5), 689–703. https://doi.org/10.53660/CLM-508-585

Edição

Seção

Artigos