Cor(po)éticas: um ver-ter da prática psicológica como promiscuidade

Autores

DOI:

https://doi.org/10.53660/CLM-439-539

Palavras-chave:

Corpo, Prática psicológica, Fenomenologia Existencial, Decolonialidade

Resumo

Este artigo versa sobre a prática psicológica implicada com o cotidiano vivido, tendo inspirações na filosofia de Merleau-Ponty, em especial na obra O Olho e o Espírito, para a abertura de uma compreensão promíscua do fazer-saber psicologia. Nesse sentido, questionou-se a respeito das compreensões reducionistas de corpo, feitas pela ciência moderna, apontando outras possibilidades de compreensão no caminho metodológico e compreensivo via poiesis. Para tal, foi feito um intercruzamento entre perspectivas que potencializam uma mirada crítica para os assuntos do viver cotidiano do humano que atravessam a prática psicológica, possibilitando a demarcação de um ethos fenomenológico e decolonial, o que implica numa prática poético-política de compromisso antirracista e contrassexual.

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Biografia do Autor

Noite Bergoleon de Medeiros Farias, Universidade Católica de Pernambuco

Psicóloga. Especialista em Prática Psicológica na Perspectiva Fenomenológica Existencial.

Jailton Bezerra Melo, Universidade Paulista

Psicólogo (UPE). Mestre em Psicologia Clínica (UNICAP). Doutor em Psicologia (USP). Psicólogo no Projeto Demonstrativo PrEP151-19 (FMUSP). Docente da Universidade Paulista.

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Publicado

2022-09-02

Como Citar

Farias, N. B. de M. ., & Melo, J. B. (2022). Cor(po)éticas: um ver-ter da prática psicológica como promiscuidade. Concilium, 22(5), 354–368. https://doi.org/10.53660/CLM-439-539

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Seção

Artigos