Círculos de Cultura: Uma experiência em turmas de EJA

Autores

  • Giselda Silva UFSM

DOI:

https://doi.org/10.53660/CLM-298-312

Palavras-chave:

Educação., Círculos de Cultura., Educação de Jovens e Adultos

Resumo

Este trabalho apresenta uma experiência dos Círculos de Cultura (FREIRE, 1992), em turmas de EJA do ensino fundamental. Freire, pioneiro na alfabetização de jovens e adultos, é o “sul”¹[1] das metodologias nesta modalidade de ensino, em especial. Durante muito tempo, dentro de uma proposta tradicional da educação, denominada educação bancária²[2] (FREIRE, 1987), o estudante era passivo em sala, simplesmente ouvindo aquele que detinha o saber, o professor. Freire (1992, 1996) abarca uma proposta totalmente inovadora ao trazer o estudante para o centro da discussão ao entendê-lo como ser político-social capaz de interferir na sociedade. Nessa ótica, Freire (1992) nos apresenta os círculos de cultura como uma proposta de acolhida às necessidades e expectativas dos educandos. O Círculo de Cultura favorece o protagonismo ao promover a escuta respeitosa, a argumentação e o respeito às diferentes culturas que, juntas, se encontram, num mesmo espaço educativo.

 

[1] Sul ou sulear é um termo utilizado por Freire contrapondo-se ao nortear. Freire usava sulear para tratar dos países localizados ao sul do planeta, onde está a maioria dos países pobres, subjugados, explorados e periféricos, do capital. (STRECK, 2009).

[2] Educação bancária foi designada por Freire ao criticar a educação tradicional que via a educação como uma operação de um banco onde há um depósito (conteúdos/transferência) seguido de um saque (prova para averiguar a aprendizagem).

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Publicado

2022-06-30

Como Citar

Silva, G. (2022). Círculos de Cultura: Uma experiência em turmas de EJA. Concilium, 22(4), 845–857. https://doi.org/10.53660/CLM-298-312

Edição

Seção

Articles